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Descobri que não existe receita certa. Se formos pensar até mesmo no ato de cozinhar sempre nos adaptamos, de alguma forma, no tempero, na quantidade. Fazemos aquilo ser nosso. E assim também na vida. Projetamos coisas para acontecer, sonhos, desejos. No outro dia acordamos e nossa vida está totalmente de outra forma.

Não dá para prever. Fazemos o melhor que podemos, separamos aquilo que precisamos, estudamos as estratégias, sentamos e começamos a trabalhar. Mas nada pode nos garantir de estarmos na direção certa a não ser seguir. Não tem como saber se não enfrentarmos.

O que às vezes não conseguimos assimilar é que sempre podemos voltar. Começar do zero e trocar de receita. Mesmo tendo separado todos os ingredientes podemos adaptar a receita e tentar algo novo.

A vida definitivamente não é estática. Ela não corresponde as nossas expectativas. Ela só segue. Assim como devemos fazer com nossos sonhos.A jornada nos torna o que somos. A jornada nos faz crescer e aprender o que funciona e o que não. E está tudo bem.

Caro leitor, você pode estar se perguntando se eu já decidi o que vou fazer. Bem não exatamente. Mas estou realmente focando em usar esse tempo para me descobrir. Descobrir a melhor e a pior parte de mim. Definitivamente é um tempo para se conhecer e entender algumas coisas.

A ansiedade tinha batido na minha porta, jogado verdades duras. E eu estava me sentindo péssima por não estar em lugar algum. Porém ninguém pode sentir o que eu sinto. E mesmo que seja algo exagerado para alguns é a minha receita entende? Eu que preciso entender os ingredientes e itens necessários para fazer algo bom.

Não vou mentir que não dá medo. Mas entendi essa semana de que a segurança de uma situação decidida é uma ilusão que nos contando para dizer que está tudo bem. Não tem como garantir nenhuma situação em que estamos. Não quer dizer realmente que não devemos fazer nada. Mas as vezes a revolução acontece só dentro de nós mesmos e muitas vezes sem plateia para entender.

Por enquanto é isso. Tenho me redescoberto em vários sentidos. Tenho deixado doer o que precisa doer. Se eu precisar parar amanhã para fazer outra coisa, provavelmente aceitarei o desafio e seguirei. Mas no dia de hoje vou aproveitar o privilégio de me entender como ser humano.

Esse processo de ficar à deriva tem me ensinado em vários sentidos. E tenho buscado aquilo que penso verdadeiramente e não o que repeti de outras pessoas. Essa separação tem sido maravilhosa e ao mesmo tempo aterrorizante mas sigo tentando.

Aprender a ser verdadeira comigo mesma não é fácil quando se aprendeu a agradar. Mas felizmente tenho conseguido jogar tudo fora e descobrir outros sabores. E começar a receita novamente. Todo dia um novo aprendizado.

Talvez a minha escrita aqui tenha sido ansiosa, cheia de voltas onde você pode não ter chegado em lugar nenhum. Mas eu preciso escrever. Eu preciso me descobrir onde as minhas palavras poderão chegar. E preciso me acomodar nesse espaço que é de crescer e evoluir em todos os sentidos. Talvez esse caminho seja solitário ou tenha companhia de um ou dois. Não sei, mas tenho um convite : vem comigo?

\\ iLUSTRAÇÃO by Kathrin Honesta

Stael Guimarães

28, mineira, arquiteta, aspirante a escritora, cantora de chuveiro, dubladora de instagram, fotógrafa em formação. Muitas em uma, uma de muitas.

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