Olá meus amigos, tudo bem com vocês? Aqui quem fala é o Gabriel, e estou bastante feliz de começar a escrever também aqui nesse gloriosíssimo blog, afinal, dialogar é dar um pouco de sua própria alma ao mundo ao seu redor, é partilhar um momento invisível ao lado de alguém que estará conectado com você, ainda que esse momento seja ínfimo! Bom, que possamos partilhar alguns bons momentos juntos, sempre que puderem comentem, dêem um feedback e tal, vamos entrar na dança!
Hoje o que tenho para falar é sobre algo bastante presente nas culturas do mundo inteiro, ainda que a sua definição seja uma tarefa difícil, tentarei expor algumas ideias que me passaram pela cabeça para essa discussão. Muito bem, o que tenho a falar hoje é sobre a consciência! Mas o que é e o que significa ter uma consciência? Somos a única espécie a tê-la? Será que encontraremos (ou criaremos, como tratarei mais tarde) alguém como nós??
Bom, antes que eu me esqueça, gostaria de deixar claro por aqui que essa conversa não tem como objetivo ofender ou desrespeitar a espiritualidade de ninguém. Se você acredita em indivíduos de outro mundo, de planos superiores ou até mesmo nas forças da astrologia, muito bem, continue assim, mas por hora focarei em uma linguagem um pouco menos esotérica para um melhor entendimento do assunto.
O Alvorecer da Humanidade
A consciência é um paradigma abordado pela filosofia da mente, pela psicologia e pela ciência cognitiva, a etimologia dessa palavra vem do latim “conscientia”, que significa “estar ciente” e também “saber o que deve fazer”. A consciência é uma qualidade da mente responsável pelo entendimento de si mesmo e a sua própria relação com um ambiente. É você não somente entender quem é e o que faz, como também entender aonde está e que ambiente é esse.
Mas, afinal, nós somos assim tão especiais? Os animais à nossa volta podem não ter a linguagem para nos dar o seu ponto de vista, claro, mas isso os torna menos “conscientes”? Se colocarmos um ser humano e um rato ao seu lado, e fizermos testes neles, por exemplo deixá-los com fome, com frio ou qualquer outra ação que provoque alguma reação neles, qual seria a diferença entre eles? Praticamente nenhuma! Qualquer um deles sentiriam as mesmas emoções e necessidades físicas que o outro sentiria mas, ainda assim, não chamaríamos os ratos de espécie consciente! O que falta nessa equação?
“A consciência não é uma jornada para cima, mas para dentro. Não uma pirâmide, mas um labirinto. Cada escolha pode trazê-lo mais perto do centro ou mandá-lo em direção para as beiradas, à loucura.” (Westworld, a série)
Um dos questionamentos mais recorrentes da humanidade é tentar entender como foi que surgimos: será que um dia, há muito tempo atrás, os nossos ancestrais parentes dos macacos, do nada pararam o que quer que estivessem fazendo, e passaram a se perguntar o que estava acontecendo e quem eram eles? Se esse momento surgiu, como pode ter acontecido? Foi pela manhã, foi pela noite? Foi no meio de uma caçada, ou quando se impressionaram com um grande fenômeno da natureza, como um raio ou um incêndio? Foi com o nascimento de um filho, ou foi pela perda de um ente querido? Qualquer que seja esse cenário de sonho, o nascimento da consciência na espécie humana para mim foi o próprio nascimento da espécie humana, não por acaso chamamos hoje a nossa espécie como o homo sapiens sapiens, o homem que “sabe que sabe”.
Mesmo hoje, não conhecemos tudo o que existe a nossa volta, e nem inteiramente a nós mesmos, mas o pontapé inicial foi dado nesse passado imemorial de nossa espécie. No filme 2001, Uma Odisseia no Espaço (1968) de Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, um marco na história do cinema, temos a primeira parte desse filme disposta a ilustrar essa temática, na sequência chamada “O Alvorecer da Humanidade”. Em uma cena pré-histórica, um hominídeo percebe que consegue usar um pedaço de osso como ferramenta e como arma; dessa forma, a nossa espécie descobre como transformar o espaço à sua volta, por consequência, ela também se transforma, pois ganha consciência de si e muda a sua própria realidade, para além de mera criatura a mercê das forças da natureza.
Essa cena é sensacional, é impossível descrever a emoção contida nela! Pra quem quiser assisti-la, tá aqui o link do vídeo: 2001: A Space Odyssey – The Dawn of Man scene
A Bigorna de Hefesto
Não por acaso, a última tomada na cena do “Alvorecer da Humanidade” de 2001 é uma cena onde um hominídeo joga para o alto o pedaço de osso que ele havia usado como ferramenta, e a narrativa avança milhares de anos no tempo, para um futuro onde a humanidade está colonizando o espaço (o “osso” jogado para o alto é substituído por um ônibus espacial, com a mesma cor e formato, para simbolizar essa mudança repentina). Quero agora falar, tal como no filme, de uma questão relacionada à consciência, mas que tem mais a ver com os estudos sobre Inteligência Artificial, que já é uma verdadeira realidade em nosso cotidiano e também um assunto bastante comentado por cientistas de renome como Stephen Hawking.
O uso da Inteligência Artificial e o uso de robôs não é um pensamento recente, pelo contrário, é imaginado desde a Antiguidade e tem acompanhado de perto as artes, como na mitologia grega, em que o Deus Hefesto construiu máquinas que atendiam aos seus comandos para que pudessem ajuda-lo a trabalhar. Também havia animais e outras criaturas mecânicas, como o gigante Talus, que foi a inspiração para a construção do Colosso em Rodes. Dessa forma, ao imaginar a existência de autômatos na natureza, os gregos manifestavam o seu impulso inconsciente de criar e de imitar a vida, tornando o antinatural um espelho deles próprios.
As máquinas possuem uma longa trajetória na história humana, partindo dessa primeira projeção encontrada nas lendas gregas, e tem encontrado o seu caminho nos últimos três séculos atuais. Para a Inteligência Artificial, o seu desenvolvimento se deu de maneira mais expressiva junto ao surgimento dos computadores, e nesse assunto não podemos deixar de mencionar as contribuições do grande matemático Alan Turing (1912-1954) ao ramo, atualmente conhecido como um dos pais da computação. A sua vida legou também o excelente filme O Jogo da Imitação (2014), trazendo o ator Benedict Cumberbatch na pele do matemático, evidenciando momentos icônicos de sua trajetória.
Turing também ficou famoso por enunciar um teste que leva o seu nome, cuja finalidade é a de testar a capacidade de uma máquina exibir um comportamento tão inteligente que seria considerado inclusive próprio de um ser humano. Pensemos assim: se programássemos uma máquina para que ela conversasse conosco e ela pudesse ser entrevistada, o que daria a nós a certeza de que o comportamento dela é autêntico ou meramente programado? Uma coisa é ensinarmos a ela quais são as palavras do alfabeto e ensiná-las a formar frases conforme a situação pede, outra completamente diferente é ela agir sabendo o que acontece à sua volta! Aliás, o “Teste de Turing” então serve para esse propósito: se não podemos distinguir um robô de um ser humano, então podemos dizer que a máquina em questão “passou” no teste, para a nossa surpresa.
Ainda sobre essa situação, uma inteligência artificial ter o conhecimento de imitar um ser humano é uma coisa, mas outra completamente diferente é essa máquina também ter consciência de si mesma e do ambiente à sua volta! Afinal, no mesmo Teste de Turing, uma máquina ser capaz de nos enganar não significa necessariamente que ela se tornou tal como um ser humano, ela pode ter uma programação muito avançada e que conseguiu nos enganar. Nesse caso, estamos lidando com um “Ghost in the Shell”, uma consciência irreal em um corpo fictício! Mas então, de que maneira uma máquina poderia ter consciência própria, emoções genuínas e pudesse ser considerada uma espécie, tão possuidora de direitos quanto a nossa?
O Despertar das Máquinas
Da mesma forma que os antigos sonhavam em mimetizar a realidade, hoje temos buscado desenvolver autômatos cada vez mais, para atender aos nossos próprios desígnios, e isso já pode ser observado no mercado de trabalho. Segundo uma notícia cujo link estou colocando abaixo, que até 2030 um quinto dos trabalhadores do mundo inteiro serão substituídos por autômatos, e a tendência é essa questão crescer ainda mais, o que é alarmante! Nós hoje somos tão poderosos como o Deus Hefesto, do mito, mas até que ponto essa demonstração de poder é benéfica à nossa sociedade?
Robôs tirarão empregos de 800 milhões de pessoas até 2030
A criação de uma IA tão consciente como os seres humanos tem sido um grande paradigma aos cientistas da atualidade e também um objeto de tremenda responsabilidade. Nas artes não faltam exemplos de situações terríveis que a humanidade pode se submeter caso as suas criações saiam do controle. Nesse sentido, os clássicos Westworld (1973) e Exterminador do Futuro (1984) são dois de vários filmes da atualidade que retratam cenários apocalípticos da Terra em que as máquinas tomaram consciência de si e buscaram o aniquilamento de seus criadores. A trilogia Matrix (1999-2003) vai ainda mais além nesse sentido, dando um destino ainda mais triste à humanidade.
Nós estamos condenados ao cataclismo das máquinas? É possível, segundo um seleto grupo de cientistas, como o grande mestre que há pouco nos deixou, Stephen Hawking (1942-2018), essa é uma maneira de aniquilar a espécie humana que pode mesmo ocorrer se não impormos limites às nossas pesquisas. Não atoa, são de 1941 as famosas “Três Leis da Robótica”: que existem para garantir que os robôs fiquem “na linha” e não saiam por aí ferindo os seres humanos.
Robôs inteligentes podem levar ao fim da espécie humana, diz Stephen Hawking
Bom, posto tudo isso que foi falado, o que esperar de nosso futuro? Os avanços de nossa ciência tem sido impressionantes, mas como dito anteriormente também, a responsabilidade do que temos pelo que pode acontecer é imensa! Eu vou ficando por aqui, sinto que o assunto de hoje foi fogo e espero que tenham gostado da leitura! Aliás, os humanos e os robôs que quiserem vir comentar comigo sobre ele, sintam-se à vontade, prometo não fazer distinção a nenhum dos dois grupos! Recomendei algumas mídias no decorrer desse texto e gostaria de não só acrescentar como também homenagear um episódio do canal Nerdologia, Computadores tem alma? que me ajudou bastante a formular o conteúdo dessa segunda parte do artigo.
No mais, 01101000101010100101010110101111110000101100010 (obrigado a todos os envolvidos, até mais!!!)
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