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Você em algum momento da vida já odiou sua rotina ou ter rotina? Eu sempre disparei o discurso de que nunca gostei de rotina. Nunca me adaptei em fazer planos porque se saísse errado de alguma forma, eu simplesmente não conseguia voltar ao plano inicial. E foi assim que eu não consegui disciplina para desenvolver nenhum projeto. Tirando os que eu realmente não tinha como sair.

Anos passaram e me vi sem conseguir adaptar a uma rotina. Porém algo que era para facilmente achar bom, me corroeu por dentro. Vivia dizendo que ia começar a correr, escrever uma vez por semana, ler um livro, ver a minha série, ou mesmo arrumar um emprego.

Dá para acreditar que sem trabalhar eu não tenho tempo? As horas e minutos escorrem nas minhas mãos e não consigo definir o que eu faço do meu tempo. Foi então que entendi que faltava organização da rotina.

Não entendi sozinha, precisei de que alguém me apontasse que talvez a minha falta de constância estava também na falta de rotina. E fui olhar para trás e vi que nos últimos tempos eu não consegui conquistar muito. E não estou falando de sucesso, mas de realmente pequenas vitórias e fazer aquilo que eu realmente desejo fazer.

Romantizei por muito tempo ser “livre” para fazer as coisas mas acabei por não fazer nada. Deixei o tempo passar e ver que as coisas que me fazem ser quem eu sou não estavam na minha agenda. Talvez tenha a crise de não me reconhecer tenha me dado a dica também de algo precisava ser feito.

Minha expectativa era de que então descobrir o problema me daria o “gás” de começar a planejar. Infelizmente não veio. Aliás parece que ficou tudo mais complicado do que o normal. O simples parar e pensar já me angustiou para a semana inteira. Mas deverá ser feito. O peso da autoconsciência cobra. Acho que é por isso que dizem que a ignorância é uma benção.

Mas acredito que esse não seja o pensamento mais apropriado. Quando não sabemos várias perguntas chegam e sem resposta continuamos a viver. Um dia chegamos do lado de lá depois de uma travessia sem entender muito como. É desafiador ter o mapa ou pelo menos uma dica em mãos, existe uma responsabilidade e quando ignoramos acredite é bem pior.

Enfim, ninguém dá o manual da via adulta. São essas experiências boas ou ruins que nos dão os recursos para ir em busca do que queremos/viemos para fazer aqui. Não existe caminho igual. Cada um trilha um e vez ou outra coincidimos o caminho. Podemos sim deixar a vida levar. Mas talvez ela levará para algo que não reconheceremos como nosso.

Não há garantia na rotina, eu sei. Nem sempre será igual todos os dias, imprevistos acontecem. E nem podemos ter a certeza de chegar onde desejamos, mas um explorador que tem seu mapa talvez tenha mais chances de chegar feliz.

Stael Guimarães

28, mineira, arquiteta, aspirante a escritora, cantora de chuveiro, dubladora de instagram, fotógrafa em formação. Muitas em uma, uma de muitas.

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