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Olá! Tudo bem com vocês? Eu queria agradecer ao apoio e aos feedbacks que tenho recebido, eles fazem toda a diferença. Obrigado a quem comenta ou compartilha o blog nas redes sociais porque isso ajuda na divulgação do blog e a manter ele de pé. afinal sem vocês Rabitters seguir o coelho branco seria uma busca vazia! Hoje eu quero escrever sobre um tema mais leve , mas não menos intrigante e reflexivo. O tema que quero abordar é oportunidades perdidas e como isso influencia em nossas vidas. O artigo de hoje foi inspirado em vários outros artigos  e inclusive o livro o qual eu estou lendo do Nobel de Economia Daniel Kahneman: Rápido e Devagar – duas formas de se pensar!

O Sunk Cost
Custo perdido ou custo afundado (sunk cost em inglês), é um termo usado em economia para descrever um valor investido, que uma vez investido não pode ser recuperado em grau significante. Existe então a falácia do custo perdido; vou exemplificar ela:
Você compra um ingresso de uma festa adiantado no valor de  R$200,00 , esse ingresso não é reembolsável. Então no dia da festa seus amigos te chamam para um churrasco onde o único requisito vai ser sua presença. Você sabe que o churrasco é muito melhor que a festa, e a opção mais correta é ir no churrasco independente de ter pago o ingresso da festa ou  não. Mas seu cérebro não raciocina assim, ele pensa:  ” já que esta pago o ingresso da festa, seria um desperdício de dinheiro não ir nela, mesmo eu  preferindo ir ao churrasco!”
A falácia do custo perdido,  é quando o cérebro humano está sempre tentando evitar perdas, e se compromete em continuar uma ação que vai não vai lhe trazer retorno significativo dado ao investimento já feito! Exemplo do parágrafo  acima a decisão lógica é :  Não importa que você tenha pago os R$200,00 porque esse valor já foi perdido, o que importa é  qual dos dois você vai se divertir mais, a festa ou o churrasco?  Exemplos da falácia do custo perdido:

” Vou continuar comendo, mesmo sem querer, afinal eu já paguei pela comida!”

” Vou continuar nesse relacionamento  mesmo estando horrível, afinal já investi muito tempo nele!”

” Vou terminar esse curso mesmo ele sendo horrível ou inútil, afinal eu já paguei  muito por ele!”

Existem vários exemplos famosos da falácia do custo perdido, como é o caso do projeto Concorde, que deu origem ao avião de mesmo nome. Os governos Britânico e Francês formaram uma equipe e investiram dinheiro no projeto. O projeto após muita pesquisa e muito investimento já tinha sido dado como fracasso total e a saída lógica seria encerrar o projeto e evitar mais custos para  ambos os governos. Porém a equipe e os governos continuaram a se comprometerem com o projeto, porque abandoná-lo a esta altura seria um desperdício gigantesco de recursos financeiros  e  tempo e isto significaria assumir uma falha. No fim das contas eles terminaram o projeto e atingiram a meta, mesmo com o gigantesco fracasso financeiro.

O orgulho cega
Muitas vezes caímos na falácia do custo perdido por nosso orgulho. Ao invés de assumir uma falha cometemos uma segunda, para encobrir a primeira porque no cérebro é melhor cometer várias falhas desde que nenhuma seja descoberta, do que cometer apenas uma e ter de assumir a mesma. É pra refletir… Quantos relacionamentos furados insistimos em levar a frente e fazemos isso para não ter de assumir que fomos precipitados, ou  que tomamos atitudes erradas? Quantas vezes nos casamos com quem não nos ama de verdade, apenas para não ter ” desperdiçado” tempo namorando por 8 anos? E quando é o contrário;  estamos junto de uma pessoa que não amamos, mas continuamos comprometidos com um relacionamento falho e aos frangalhos, porque é melhor continuar assim como está do que assumir uma separação e perder tudo que foi investido nele. As pessoas se comprometem de tal forma com uma atividade, com medo de perder tempo ou de ter que assumir que erraram ao escolher, que isso as causa um imenso arrependimento, todavia sua mente justifica aquilo para elas. Quantos pais não se arrependem de não ter dado atenção aos filhos quando crianças e velhos, amargam o dissabor da falta de interesse dos mesmos?!

A vitória Pírrica
Existem inúmeras situações em que as pessoas se vendem pelo custo perdido. Imagine um político “honesto” que nunca imaginou chegar ao poder, mas ao chegar lá ele se vê incapaz de prosseguir com seus objetivos de ajudar os outros se ele não fizer parte da panelinha de corruptos. Nessa hora ele tem duas escolhas:

  1 _ Abandonar a política e não compactuar com os esquemas de corrupção vigente, e desperdiçar todo tempo, recursos e votos investidos nele, e voltar a estaca zero.

2  _ Fazer parte da panelinha corrupta e tentar ” fazer o bem” mesmo que isso signifique se corromper e se vender a esquemas escusos.

Não me leve a mal, eu não quero defender políticos corruptos, mas fica bastante óbvio que o cérebro dele vai preferir a opção numero dois. Mesmo sendo honesto ele não vai ter outra oportunidade como essa de chegar ao poder, e mesmo que ele desista da política os outros políticos  continuarão com os esquemas. O que ele pode fazer no momento e tentar fazer algo de bom no meio daquela podridão e cumprir a promessa dele de ajudar as pessoas. Racionalmente é fácil tomar a decisão quando não se esta comprometido emocionalmente ou com muitos recursos com algo, mas assim que estamos envolvidos a situação é outra.  “A Vitória Pírrica” é um termo que expressa uma vitória obtida a um custo tão alto que na verdade ela se torna uma derrota! Tem uma frase bíblica que vou citar : ” Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?!”     Algumas vezes na vida infelizmente vamos cair na falácia  do custo perdido e você descobre que isso bem ou mal, faz parte do ato de viver a vida. Vou deixar no final o link os blogs e outros artigos que li para embasar o post de hoje,para quem tiver interesse em ler. Então despeço-me de vocês, e  vou deixar aqui uma frase para refletirem, é a citação do filme Batman the Dark Knight:  ” Ou você morre herói, ou vive o bastante para ver a si mesmo tornar-se o vilão! ”

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Refêrencias:

blog You are not so smart
Lifehack
Artigo Pv Channel Fireball

Kahneman, D. (2011). Thinking, fast and slow. Farrar, Straus and Giroux.

Fernando

34 anos, Professor, Historiador, Gosto de Jogos, Escritor. Fascinado pelo universo Geek e Pop. Leitor, fã de música e cinéfilo. Nas horas vagas quando não estou entregando a dama no xadrez eu escrevo aqui neste blogzinho! Instagram @ferthenando18 bluesky @ferthenando.bsky.social

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