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Olá Rabbiters!  Tudo bem com vocês ?! Peço para você que gosta do blog a melhor forma de apoiar e de demonstrar que gosta do conteúdo aqui publicado é compartilhar com os amigos, com a família e com o papagaio! Vou deixar aqui abaixo os links para vocês seguirem o blog nas redes sociais e ficarem por dentro dos novos posts que são publicados. O tema do post de hoje não é mistério para quem me acompanha nas redes sociais, porque eu já vinha dando pistas de que abordaria ele. E sobre a corrente filosófica o Existencialismo, mas como esse é um assunto complexo vou aborda-lo em vários posts e vou linkando os mesmos.

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” Ninguém existe por um propósito, ninguém pertence a lugar algum, todos vão morrer.”

A frase acima é uma citação direta de Rick and Morty; uma das séries  de desenho animado cult mais ácida e com humor negro da atualidade. Ricky and morty conta a história de Ricky um velho cientista e beberrão. Ricky é a mente mais inteligente do Multiverso, ele é tão inteligente que ele constrói uma arma de portais que permite faze-lo viajar pelas dimensões e visitar inúmeros mundos. Ao lado de Ricky esta seu neto Morty, um adolescente de 14 anos, inseguro bastante defasado intelectualmente o garoto é bastante moralista e apegado a valores. Juntos eles vivem aventuras pelo multiverso juntos, onde arrumam encrencas.

Aparentemente Ricky and Morty é apenas uma série de desenho bastante divertida, não é preciso conhecer filosofia ou ter conhecimentos aprofundados  para assistir e dar boas gargalhadas. Mas por debaixo dessa camada  de entretenimento existe toda uma critica filosófica e social. Num dos episódios  da série Ricky destrói a sua realidade e se mudam para uma realidade alternativa junto com seu neto Morty. Ao chegarem lá seus pares daquela realidade são mortos em uma explosão na mesma hora e então Ricky explica pra Morty que eles vão morar naquela realidade agora, não só isso eles precisam enterrar suas versões idênticas mortas.

A frase de sub-titulo é retirada de um dialogo entre Morty e sua Irmã mais velha Summer quando a mesma descobre que sua existência não foi programada por seus pais e que sua vida não tinha sentido algum. Essa cena  caracteriza um dos momentos mais marcantes da série, e a discussão dela vem de uma corrente filosófica chamada Niilismo.

 

O Niilismo teve vários filósofos mas o seu representante máximo com toda certeza é o alemão Friedrich Nietzsche. Nietzsche diz  que a existência não tem sentido inerente, e que cabe  a cada individuo escolher o sentido da mesma ou não! Para outro filósofo o francês Albert Camus a existência é um absurdo.  Para entender o conceito de absurdo ele usa o mito de Sísifo para elucidar. Sísifo era um homem condenado pelos deus Gregos a rolar uma pedra morro acima todos os dias, para no fim do dia ele soltar ela  e assistir ela rolar morro abaixo por alguns segundos, para no fim recomeçar tudo novamente. Para ele a existência é isso,  um trabalho árduo, uma luta constante rolando uma pedra morro acima simplesmente para vê-la rolar morro abaixo e recomeçar o processo todo novamente! Isso exemplifica  a contradição do absurdo que é nos seres humanos buscarmos sentido da nossa existência  num universo que não possui sentido algum! Isso vai de encontro ao pensamento do Utilitário, onde tudo que existe tem um proposito. E quando você começa analisar as coisas por sua utilidade você começa a perceber que o fim da cadeia não tem sentido algum, e se o fim não tem sentido , as outras coisas  também não tem sentido, isso o leva ao abismo existencial a quem Nietzsche se refere em sua famosa frase:

“Quando você olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”___ Friedrich Nietzsche

Há alguns dias atrás eu estava conversando com um amigo sobre um conhecido a quem vou me referir como Dodória . Nós riamos e debochávamos de Dodória conhecido que era o nosso alivio cômico porque considerávamos ele um fracassado de acordo com as normas sociais, uma pessoa que estava fora em alguns critérios. Ter carro, casa, família, diploma, carreira acadêmica, ter reconhecimento perante seus pares, resumindo ser importante. Mas no fim analisando por uma ótica Niilista qual o problema se ele estivesse fora do padrão? O que é um padrão se não uma convenção estupida e sem sentido de normas ilusórias? Se a própria existência não tem sentido, porque debochávamos de Dodória? De que adianta ter um Iphone a maior maravilha tecnológica do universo? Maravilha essa  que um pobre trabalhador pode pagar em apenas suaves 48 prestações? Ou sua brilhante carreira  acadêmica, milhões de diplomas  e honras, ou quem sabe sua coleção de selos avaliada em mais  de 500 mil reais ? Meu amigo me mostrou um Poema de Manuel Bandeira que aborda bem essa questão do existir:

Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. ___ Manuel Bandeira

 

 

É interessante entender a conjuntura que o poema foi escrito. Manuel Bandeira foi diagnosticado aos 17 anos de idade com Tuberculose, em uma época que a doença era gravíssima e não tinha cura, o medico lhe disse que ele tinha poucos meses de vida. Diante disso o jovem Manuel decidiu viver a vida como se cada mês fosse o ultimo, mas por sua sorte ele não imaginária que viveria ate seus 82 anos de idade. Todavia se perguntassem a Manoel se sua vida havia sido boa, ele com toda certeza diria que sim.

 

O João Gostoso é um joão ninguém, uma pessoa comum sobrevivendo apenas existindo, e contrariando as expectativas sociais de felicidade ou de realização, João gostoso simplesmente existiu, ele  bebeu,cantou, dançou e no fim se atirou ao largo da não existência. Será que se joão gostoso era feliz? Assim como o Dodória, João gostoso e muitos outros, nós estamos manifestando nossa existência e atribuindo significados a ela o tempo todo. Mas o que importa no fim  não é se você é um Dodória ou um João gostos, e sim  quantas pessoas você conseguiu tocar, quantos corações se conectaram com o seu, quantos sorrisos você conseguiu  arrancar! Por que qualquer meta que você estabeleça para sua existência, desde ir a lua a viver no meio do mato pelado sem agredir a natureza, se você  não tiver com quem compartilhar, sua existência será vazia.

 

 

Fernando

33 anos, Professor, Historiador, Gamer e Escritor. Fascinado pelo universo Geek e Pop. Leitor, fã de música e cinéfilo. Pai de um rapazinho e uma mocinha. Em horas vagas escreve neste blog. Me sigam no twitter @ferthenando e no Instagram @ferthenando18

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